Florais
Da
Amazônia
Comemorando com alegria 29 anos dos Florais da Amazônia.
Por Maria Alice Campos Freire
29 ANOS DOS FLORAIS DA AMAZÕNIA
A Lua Cheia de Maio foi quem ungiu a consagração do desabrochar dos Florais da Amazônia.
Há 29 anos atrás, na lua cheia de maio de 1994, nos reunimos Isabel Facchini Barsé, Marina Ruberti e eu, Maria Alice Campos Freire, no Jardim dos Orixás, dentro de uma Unidade de Conservação - a Floresta Nacional do Purus - no coração da Floresta Amazônica, sudoeste do Estado do Amazonas, Vila Céu do Mapiá. Alí se realizou a abertura deste portal de co-criação, onde, diante do testemunho de nossa amiga Marina, zeladora do jardim, Isabel e eu nos comprometemos perante o reino dévico e todas as hierarquias guardiãs daquele Santuário da Natureza, a levar adiante o serviço de canalizar as mensagens das flores, preparar as essências e disponibilizá-las às pessoas, cumprindo um caminho que não sabíamos exatamente aonde nos levaria.
Nossa escolha foi atender ao chamado da Floresta. Os demais passos, desde então vem se delineando de acordo com um desígnio maior, de uma dimensão universal, onde somos apenas uma pequena parte do processo.
Trago aqui alguns episódios ilustrativos da beleza insondável desta trajetória.
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No início da pesquisa, as flores apareciam em meus sonhos, flores que eu não conhecia. Ocorreu por diversas vezes que, após esses sonhos, eu saía para a Floresta com minha filha Júlia que era uma menina de 12 anos, e ela encontrou as flores com as quais eu havia sonhado. Isto nos foi ensinando a compreender a abrangência do que chamamos a interação de campos de consciência e o nosso humilde papel dentro dela.
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A forma como se delineou a primeira classificação do Sistema, foi também relevante. Andava eu em caminhada dentro da Floresta, quando fui atraída para um local onde encontrei um círculo composto por sete grandes árvores, daquelas de cinquenta metros de altura e com um diâmetro que requereria pelo menos três pessoas para abraçá-las. Elas eram todas rodeadas de múltiplos emaranhados de cipós, que se entrelaçavam entre si e os troncos das árvores, formando como paredes de uma especial morada. Alí, ao me sentar e alinhar minha coluna ao tronco de uma daquelas gigantes, recebi a primeira comunicação que me apresentava as grandes árvores e depois os cipós, com seus atributos, que formavam categorias de seres segundo sua ordenação na Natureza. Daí nasceu nossa primeira sistematização: A Classificação na Ordem da Natureza, que nos fez compreender que nossas flores já estavam classificadas e que a nós cabia apenas decodificar o espelhamento desta classificação no mundo interno do ser humano sinalizando o caminho terapêutico a seguir. Daí se desdobrou ainda a classificação segundo a combinação dos elementos nas plantas e o resgate do conceito de Elementoterapia.
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Isabel estava na Floresta com um grupo de estudantes dos florais, quando canalizou uma importante mensagem que veio ampliar nossa compreensão sobre a dimensão maior de nossa missão com os Florais da Amazônia. O recado era que, ao canalizarmos e registrarmos as mensagens das flores e plasmarmos sua intencionalidade nas essências preparadas, esta seria uma forma de preservar a vida destas flores numa dimensão isenta da destruição. A partir desta revelação, hoje podemos compreender que o Sistema contribui para plasmar, de forma atemporal, a mensagem da Unidade, expressa pelo campo de consciência da Floresta Amazônica.
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No Vale do Juruá, no Estado do Acre, eu e Júlia Freire de Medeiros, entre 2002 e 2008, tivemos oportunidade de trabalhar com pessoas de diversas comunidades tradicionais, entre indígenas e extrativistas, e, neste convívio abrir mais um braço da pesquisa dos Florais da Amazônia – Iapuna, Linguagem de Gente, Linguagem de Flor – que nos brindou com três novos grupos da Classificação na Ordem da Natureza e nos aproximou mais da linguagem do povo da Floresta.
Hoje o Sistema Florais da Amazônia segue sua missão: está difundido no Brasil e em outras partes do mundo, possui um corpo de professoras credenciadas e está se preparando para credenciar ainda este ano um grupo de terapeutas, tem um caminho de formação estruturado e alicerçado nas bases propostas pelo CONAFLOR e pela ABRACAMPO da qual é membro, e atua em diversas frentes solidárias, como SOS FLORAIS e outras iniciativas.
O Sistema está oficialmente representado pelo Instituto Floresta Mãe que tem por objetivo preservar, difundir e desenvolver o conhecimento relacionado aos Florais da Amazônia, e que mantem parceria com o Centro Medicina da Floresta, em seu lugar de origem, onde são preparadas suas matrizes.
Maria Alice Campos Freire
@floraisdaamazonia (Facebook e Instagram)